Aposentadoria de Ouro: O Que É e Como Funciona?

milagre da aposentadoria
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A aposentadoria de ouro é uma estratégia de planejamento de aposentadoria criada pela Bocchi Advogados para aposentar com valor maior.

A base dessa metodologia é utilizar a regra do divisor mínimo do INSS a favor dosegurado, otimizando as contribuições e usando o tempo antigo (anterior a 1994) para descartar salários baixos do cálculo da aposentadoria.

Você já imaginou se aposentar com um valor bem acima do salário mínimo, mesmo sem ter contribuído por décadas?

A aposentadoria de ouro torna isso possível.

O que é aposentadoria de ouro?

Aposentadoria de Ouro é uma estratégia de planejamento previdenciário, criada pelo Dr. Hilário Bocchi, baseada em regras específicas da Reforma da Previdência e da Lei nº 14.331/2022.

A ideia é simples: se o segurado já contribuiu antes de julho de 1994 e faltam até 9 anos para completar a idade mínima, ele pode estruturar suas contribuições para aumentar consideravelmente o valor do benefício.

Essa alternativa ficou conhecida como “aposentadoria de ouro” porque oferece um retorno financeiro muito superior ao modelo tradicional — especialmente para quem começa a planejar cedo e contribui de forma estratégica.

Ela nasceu como uma resposta à limitação do antigo “milagre da contribuição única” e se consolidou como uma das formas mais inteligentes de garantir uma segurança financeira.

Milagre da contribuição única: o que é?

O milagre da contribuição única foi, por um tempo, a maneira mais rápida — e legal — de turbinar o valor da aposentadoria.

A lógica era simples: contribuir uma única vez com o teto do INSS e, com isso, elevar a média salarial usada no cálculo do benefício.

Essa estratégia funcionava porque era permitido descartar todas as menores contribuições e manter apenas uma mais vantajosa (normalmente uma contribuição feita com base no teto).

Na prática, muitos segurados conseguiam transformar uma vida de contribuições baixas em uma aposentadoria acima de R$ 4 mil.

Mas tudo mudou com a Lei nº 14.331/2022, pois agora, existe um divisor mínimo de 108 meses.

Isso significa que, mesmo com uma contribuição alta, o valor do benefício será diluído se não houver pelo menos 9 anos de pagamentos após julho de 1994.

Assim sendo, o milagre da aposentadoria acabou, mas abriu caminho para outra estratégia: a Aposentadoria de ouro.

Com planejamento adequado, ainda é possível conquistar um ótimo valor de aposentadoria — de forma legal, inteligente e segura.

Quais são os períodos de cálculo da aposentadoria por idade?

Existem 3 períodos que devem ser observados quando o assunto for o cálculo da aposentadoria por idade:

  • Até 12/11/2019 (data da reforma da previdência – EC 103/2019), com exclusão de 20% dos menores salários
  • Entre 13/11/2019 a 04/05/2022 (data da edição da Lei n. 14.331/2022), com a possibilidade de excluir todas as contribuições, mantendo-se apenas uma
  • Após 05/05/2022 com o divisor mínimo de 108 meses ou 9 anos, que passou a vigorar com a referida Lei n. 14.331/2022, que incluiu na Lei n. 8.213/91 o art. 135-A e passou a permitir a Aposentadoria de Ouro:

Art. 135-A. Para o segurado filiado à Previdência Social até julho de 1994, no cálculo do salário de benefício das aposentadorias, exceto a aposentadoria por incapacidade permanente, o divisor considerado no cálculo da média dos salários de contribuição não poderá ser inferior a 108 (cento e oito) meses.

Como funciona a aposentadoria de ouro?

A Reforma da Previdência (EC 103/2019) permite que o segurado descarte contribuições que prejudiquem o valor da aposentadoria. 

No entanto, ao fazer esse descarte, essas contribuições deixam de contar também como tempo de contribuição.

Por isso, é importante ficar atento: para se aposentar por idade, é preciso ter pelo menos 15 anos de tempo de contribuição.

Agora vem a parte estratégica: se a pessoa tem mais de 6 anos de contribuição antes de julho de 1994, pode usar os 9 melhores anos de contribuição depois de 07/1994 para o cálculo da aposentadoria.

Assim, ela cumpre os 15 anos exigidos e ainda consegue evitar o chamado “divisor mínimo”, que exige pelo menos 108 contribuições (9 anos), sob pena de reduzir bastante o valor do benefício.

Mais do que isso: se tiver mais de 15 anos de contribuição no total, é possível até descartar alguns salários baixos pagos depois de 1994, melhorando ainda mais o valor da aposentadoria.

Essa é uma forma inteligente de planejar a aposentadoria por idade (65 anos para homens e 62 para mulheres), aproveitando ao máximo o que foi contribuído de forma estratégica.

Quais são os requisitos para a aposentadoria de ouro?

Para conseguir a Aposentadoria de Ouro, é preciso:

  • Estar próximo da idade mínima: 62 anos para mulheres e 65 anos para homens.
  • Carência mínima: pelo menos 15 anos (180 meses) de contribuições ao INSS.
  • Contribuições antes de julho de 1994: no mínimo 6 contribuições acima do valor mínimo nesse período.
  • Contribuições após julho de 1994: é essencial planejar os 9 anos de pagamentos para não sofrer a penalidade do divisor mínimo de 108 meses.
  • O mais importante: quanto mais cedo o trabalhador começar a se planejar, maiores as chances de alcançar um benefício realmente vantajoso.

Como calcular o valor da aposentadoria de ouro?

O valor do benefício é baseado na média de todos os seus salários a partir de julho de 1994. Veja o passo a passo:

  1. Identifique o período contributivo: considere apenas os salários de contribuição a partir de julho de 1994.
  2. Garanta no mínimo 108 contribuições: caso contrário, o INSS aplicará o divisor mínimo (9 anos), o que pode reduzir sua média.
  3. Exclua os menores salários, se vantajoso: a lei permite o descarte de valores baixos, desde que respeitada a carência de 180 meses.
  4. Calcule a média: some os salários válidos e divida por 108 (ou pelo número de contribuições, se maior).
  5. Aplique o percentual da RMI: 60% da média, mais 2% para cada ano que exceder o mínimo exigido (15 anos para mulheres, 20 para homens).

A estratégia da aposentadoria de ouro é ter idealmente pelo menos 108 contribuições após 07/1994 (9 anos) e 72 contribuições (6 anos) antes, que não serão considerados no cálculo.

Assim é possível maximizar poucas contribuições para ter uma média alta ao calcular o valor do benefício.

Dicas para aumentar o valor da aposentadoria de ouro

Confira as principais dicas de aposentadoria de ouro para tornar a estratégia mais eficaz:

  • Antecipe o planejamento: quanto antes você iniciar seu plano, mais tempo terá para otimizar as contribuições e evitar períodos com valores baixos ou contribuições que altas que não vão fazer diferença no cálculo.
  • Aproveite o descarte de contribuições ruins: use a regra que permite eliminar salários muito baixos do cálculo — desde que mantenha os 15 anos de carência.
  • Aplique a regra do acréscimo de 2% ao ano: cada ano de contribuição extra além do mínimo adiciona 2% na sua aposentadoria. Dependendo do caso, pode ser vantajoso.
  • Simule diferentes cenários com um advogado especializado: um bom planejamento previdenciário personalizado pode revelar caminhos que você nem imaginava.

A regra é clara: com inteligência e estratégia, você transforma o INSS em um ótimo investimento para o futuro.

Diferença entre aposentadoria de ouro e outras modalidades

A principal diferença entre a aposentadoria de ouro e as demais modalidades está no foco: estratégia e retorno financeiro.

Assim sendo, as principais diferenças são:

  • Valor superior com menos tempo de contribuição
  • Possibilidade de descartar salários ruins
  • Planejamento direcionado para alcançar o melhor valor possível
  • Quem planeja, paga menos e recebe mais!

Enquanto a aposentadoria por idade tradicional considera todas as contribuições e muitas vezes resulta em um valor baixo (muitas vezes salário-mínimo), a aposentadoria de ouro permite descartar períodos ruins, planejar novos aportes e focar no valor final do benefício.

Planejamento para a aposentadoria de ouro: passo a passo

Veja como estruturar seu planejamento previdenciário:

  1. Faça um Raio-X previdenciário: Analise seu histórico de contribuições, identifique lacunas e simule cenários com ajuda profissional. Isso mostra exatamente onde você está e para onde pode ir.
  2. Verifique se já tem contribuições antes de julho de 1994: Esse detalhe é crucial. Ter ao menos 6 contribuições antes dessa data ajuda a compor os 15 anos necessários sem depender exclusivamente das contribuições recentes.
  3. Programe 9 anos de contribuições estratégicas: Se você ainda não completou os 108 meses exigidos, comece agora. Contribua com valores maiores — preferencialmente sobre o teto — e mantenha regularidade.
  4. Ajuste o valor das contribuições conforme a meta: Se sua média salarial já está boa, pode manter. Se deseja aumentar, eleve suas contribuições. Avalie se vale a pena reduzir caso o benefício fique próximo do salário mínimo.
  5. Use o descarte inteligente: A nova lei permite excluir contribuições baixas. Elimine o que puxa sua média para baixo, respeitando os 180 meses de carência.
  6. Evite contribuições desnecessárias: Se você já tem 15 anos e só falta idade, pode até parar de contribuir, desde que isso não afete outros benefícios. Planeje a interrupção com cautela.
  7. Monitore e revise frequentemente: Pelo menos a cada ano, revise sua estratégia. Recalcule sua média, reavalie seu potencial de aumento de benefício e ajuste o plano se necessário.

Lembre-se: quanto mais cedo você começar, maior será sua recompensa. Planejamento previdenciário é investimento para aposentadoria — e dos mais inteligentes.

Como fazer o cálculo adequado do valor do benefício de aposentadoria de ouro?

O cálculo correto da aposentadoria de ouro começa com dois conceitos-chave:

  1. Período Base de Cálculo (PBC): o INSS considera a média dos salários de contribuição a partir de  julho de 1994 até a data da aposentadoria.
  2. Divisor mínimo: O problema — ou a oportunidade — está no divisor, pois se o segurado não tiver ao menos 108 contribuições após julho de 1994, a média será reduzida.

Veja como fazer o cálculo da aposentadoria de ouro de forma adequada:

  • Etapa 1: Identifique suas contribuições a partir de julho de 1994. Essas são as únicas válidas para a média.
  • Etapa 2: Verifique quantos salários podem ser usados. Se forem menos de 108, o divisor continua sendo 108 — o que reduz a média.
  • Etapa 3: Aplique a média no cálculo da RMI. O percentual inicial é de 60%, com acréscimo de 2% por ano além do mínimo exigido.
  • Dica essencial: o ideal é ter pelo menos 6 anos de contribuição antes de 07/1994 e 9 anos de contribuições boas após essa data, assim, as contribuições ruins podem — e devem — ser descartadas, desde que se mantenham os 15 anos de carência.

Essa estratégia melhora a média e, portanto, o valor final do benefício.

NOVA APOSENTADORIA POR IDADE PARA QUEM TEM MAIS DE 50 ANOS

Quais são os caminhos para o planejamento previdenciário para ter a aposentadoria de ouro?

São cinco os caminhos, e abaixo vamos falar sobre cada um deles com detalhes.

  1. Utilizar a regra de acréscimo de 2% por ano trabalhado, além dos 15 anos para a mulher e 20 anos para o homem.
  2. Manter o valor médio das contribuições que forem apuradas no salário-de-benefício
  3. Diminuir o valor das contribuições se o valor do benefício for o salário-mínimo ou se essas novas serão descartadas da média contributiva
  4. Aumentar o valor das contribuições se a nova regra de divisor mínimo de 108 meses for mais vantajosa
  5. Parar de contribuir ser já tiver sido preenchido o período de carência e se não for considerável o aumento das contribuições
  6. Alternar as contribuições quando o segurado for facultativo.

Histórias de sucesso: quem já se aposentou de ouro?

Quando se trata da aposentadoria de ouro, os exemplos reais comprovam que o planejamento bem-feito dá resultado.

Veja dois casos inspiradores:

1. Maria, 63 anos, diarista:

  • Passou a vida contribuindo sobre o salário mínimo.
  • Ao descobrir a possibilidade da aposentadoria de ouro, buscou a orientação da Bocchi Advogados.
  • Contribuiu estrategicamente por 9 anos com valores maiores.
  • Resultado: saiu de uma previsão de R$ 1.412 para R$ 4.250 de benefício mensal (valores de 2024).

2. Carlos, 66 anos, ex-autônomo:

  • Tinha contribuições fragmentadas e baixos salários.
  • Planejou com antecedência, descartou contribuições ruins e investiu nos últimos 9 anos.
  • Reverteu um benefício do INSS que seria de R$ 1.700 para quase R$ 5 mil mensais.

Esses exemplos mostram que não é preciso ter uma longa carreira formal para se aposentar bem.

O segredo está em conhecer as regras, requisitos aposentadoria, simular diferentes tipos de aposentadoria e cenários e agir com estratégia.

Você pode ser o próximo caso de sucesso.

Quantos meses antes posso dar entrada na aposentadoria por idade?

O ideal é iniciar o planejamento o quanto antes, como vimos, para a estratégia da aposentadoria de ouro ser aproveitada ao máximo, é preciso planejar 9 anos de contribuição, isso porque vários detalhes devem ser observados:

  • Trabalhou mais que 15 anos (mulher) ou 20 anos (homem)? A cada ano extra, o benefício aumenta 2%.
  • Contribui com valores baixos? Pode valer mais a pena parar de contribuir se isso só estiver puxando sua média para baixo.
  • Quer um valor melhor? Aumentar as contribuições previdenciárias nos últimos anos pode melhorar bastante a média final.
  • Já cumpriu os 15 anos exigidos? Talvez pausar as contribuições seja vantajoso, se elas não forem ajudar a melhorar o cálculo.
  • Contribuiu bem antes de 1994? É possível usar estratégias específicas, como descartar contribuições ruins após 1994 e evitar o divisor mínimo.
  • Qual é a melhor data para aposentadoria? Escolher a melhor data para dar entrada pode fazer uma diferença significativa!
  • Como contribuir? Quem está planejando aposentadoria por idade pode alternar ou parar de contribuir, manter, diminuir ou aumentar o valor da contribuição.

Cada caso é único e o investimento mais inteligente é fazer um planejamento previdenciário personalizado com um especialista em direito previdenciário.

Próximos passos para garantir sua aposentadoria de ouro

Agora que você entende o que é, como funciona e os requisitos da aposentadoria de ouro, chegou a hora de agir.

O tempo é um fator decisivo nesse planejamento.

Aqui estão os próximos passos:

  1. Reúna seu histórico de contribuições: organize carnês, vínculos empregatícios e extratos do CNIS.
  2. Verifique se você tem contribuições antes de julho de 1994: elas são essenciais para habilitar a estratégia.
  3. Calcule quanto tempo falta para atingir a idade mínima e os 15 anos de carência.
  4. Simule diferentes cenários contributivos: analise qual valor de contribuição é mais vantajoso para você nos próximos anos.
  5. Consulte um advogado previdenciário de confiança: para elaborar um planejamento detalhado e evitar erros no processo.

A aposentadoria de ouro é possível — e pode ser sua.

Fale com a Bocchi Advogados e comece agora mesmo a planejar seu futuro com estratégia, consciência e segurança.

Foto de Hilário Bocchi Junior

Hilário Bocchi Junior

OAB/SP 90.916 – Advogado e Jornalista especialista em Previdência. Mestre em Direito Público. Palestrante e Autor de 5 livros sobre Aposentadoria. Apaixonado pela sua comunidade do YouTube.
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